quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Campanha: abrace uma árvore!

Há duas semanas foi lançado pelo professor Henrique Gomes o seguinte desafio: bater fotos com árvores. Quaisquer que fossem, desde que o foco principal na foto não fosse você, mas sim a árvore. Pensando nisso, decidi então por voltar para o começo do meu ensino médio, onde visitei a Praça Argentina, no Bairro de Fátima, durante uma aula de Francês do professor Franzé. Uma praça bonita, porém mal cuidada. Naquela aula ele havia nos mandado correr pelo local e abraçar as árvores. Ao correr de encontro com a escolhida, uma enorme sensação de plenitude tomou conta de mim, ao mesmo tempo que o vento bagunçava o meu cabelo e o dos meus colegas. O tempo passava tão lento enquanto corríamos que eu senti como se estivesse em câmera lenta. Naquele momento nós éramos infinitosdiria Charlie de As Vantagens de Ser Invisível. Após a abraçarmos, todos comentaram o quanto se sentiram bem durante o percurso até ela. Me surpreendi, pois achei que tal sensação havia acontecido apenas comigo.

Na época eu bati algumas fotos com a árvore abraçada, mas prefiro não mostrar porque é aquela típica foto queima-filme. Hoje visitei o espaço para bater uma nova foto, quase 2 ano depois, e pude perceber que a praça ainda possui os mesmos problemas do ano passado. Folhas sem serem recolhidas e lixo em várias partes do âmbito. Bancos quebrados. Árvores sem serem podadas, prejudicando a iluminação pela noite. A pintura da quadra ainda sem retoques. E além de tudo isso já existem árvores secas, sem cuidado algum. São árvores cheias de frutos e de vida que, infelizmente, estão sendo ameaçadas devido a falta de reparos.

Essas árvores precisam de atenção. Não só no sentido de manutenção. Experimente abraçar uma. O professor Franzé sempre diz que as árvores falam com a gente, que elas tem sentimentos. Alguns o acham louco. Eu o acho humano. Dizer que as árvores entendem a gente soa tão poético. E toda poesia é baseada numa realidade. Experimente passar uma tarde toda sentado de baixo da sombra de uma delas, em algum lugar afastado da cidade onde só haja o barulho do vento passando. Vez ou outra lembro daquela árvore que uma vez havia me dito que muita coisa mudaria. E mudou. Não só o meu cabelo.

4 comentários:

  1. Encantada, deu vontade de abraçar uma árvore também. Anna K.

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  2. Estranho é não sentir nada diante delas e desse texto... nem que seja essa vontade medonha de abraçar árvore e gente!

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  3. Lindo texto, Lucas.
    Deveriamos abraçar árvores mais vezes, elas precisam... nós precisamos.
    Imagino a sensação de paz <3

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  4. Lucas, eu também desejo esta sensação de infinito e de câmera lenta. Vamos tirar uma nova foto? Quero abraçar esta árvore...

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