terça-feira, 13 de dezembro de 2016

E o Parque Ecológico do Rio Cocó, corre a passos largos para a morte.

Fortaleza, Ceará, Brasil

O Rio Cocó faz parte da bacia dos rios do litoral leste cearense, tendo sua bacia hidrográfica uma área de aproximadamente 485 km², com um comprimento total do rio principal de cerca de 50 km . A preservação do ambiente natural da área de influência do Rio Cocó é de extrema importancia para a qualidade e conforto ambiental da cidade de Fortaleza além de ser berçário de várias espécies de peixes, crustáceos e aves. Proteger e conservar os recursos naturais existentes, mantem o equilíbrio ecológico necessário à preservação da biota terrestre e aquática e propicia condições para atividades de educação, recreação, turismo ecológico e pesquisa científica.

No entanto, com todo esse importancia o Parque do Cocó é de forma recorrente alvo de vários ataques vindo de todos os lados. Além da especulação imobiliária, ocupações desordenadas, destamentos e poluição vem ainda a força devastadora dos incêndios. E é sobre este último que nós divulgamos aqui a reportagem do Jornal OPOVO. É dinha de ser apreciada. Além também de ser triste e revoltante.   

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Incêndio destrói nove hectares no Cocó e é o maior em dois anos

Número de queimadas no Cocó quase dobrou no segundo semestre deste ano. Governo do Estado investiga ações criminosas.
Nove hectares do Parque do Cocó viraram cinzas entre sábado, 10, e domingo, 11. Foi o maior incêndio em área de destruição registrado nos últimos dois anos na floresta. A medição foi concluída ontem pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema). A área destruída é cerca de cinco vezes maior que o trecho de trilhas próximo à avenida Sebastião de Abreu.

A queimada do último fim de semana representa uma das 20 que consumiram partes do parque no segundo semestre deste ano. O número é quase duas vezes maior que o registrado em todo 2015.
Enquanto o governador Camilo Santana (PT) não assina a regulamentação da área, a Sema investiga se os incêndios foram causados por atividades humanas. Para Leonardo Borralho, articulador das unidades de conservação estaduais e coordenador do Programa Estadual de Prevenção, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios (Previna), traçar a área de proteção prevenirá ações criminosas.


Seguindo em direção aos pontos onde ainda emanavam fumaça na manhã de ontem, o técnico indicava fatores que poderiam ter contribuído com a propagação das chamas. Há dois meses, a área onde ele caminhava estava coberta por água. Atualmente, além das rachaduras na terra, só é possível ver esqueletos de peixes e lixo.

Segundo os bombeiros, os incêndios sempre preocupam no segundo semestre. O clima quente e seco no Ceará, somado aos ventos fortes e à vegetação seca, criam o ambiente propício ao fogo. Contudo, para Paulo Lira, administrador do Parque do Cocó, a reincidência das queimadas na reserva causa estranhamento. Desde julho, foram 20 na mata. No ano passado, os primeiros foram registrados em agosto e somaram 11 até o fim do ano.

“Neste ano, quase dobrou. Por quê? Está seco, tem mais calor, capinzal seco, estamos em mais um ano de seca, mas não é só isso. Quase todos eles são criminosos, talvez não dolosos”, apontou Lira. Segundo Borralho, atividades de caça e pesca, além da queima de lixo, são as que mais colocam em risco o Cocó. “Uma suspeita nossa é que tem gente que faz a limpeza do terreno para construir. Fazem para descaracterizar, para perder seu valor ambiental”, disse o coordenador do Previna. Ele explicou que práticas são proibidas, mas ficariam mais restritas com a regulamentação.


Adiado
O projeto de regulamentação do Parque do Cocó aguarda aprovação do governador Camilo Santana. Neste mês, o chefe do executivo estadual adiou novamente a assinatura do documento que cria a poligonal de 1.056 hectares de preservação. A promessa para regulamentar a área, que se arrasta há pelo menos dois governadores, ficou para 2017.

Frase

"UMA SUSPEITA NOSSA É QUE TEM GENTE QUE FAZ A LIMPEZA DO TERRENO PARA CONSTRUIR. FAZEM PARA DESCARACTERIZAR, PARA PERDER SEU VALOR AMBIENTAL"
 
Leonardo Borralho, articulador das unidades de conservação estaduais.

Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2016/12/13/

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