quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Queimadas, biomassa e o AB.

Biomassa é um termo técnico para referir-se à massa biológica gerada a partir da decomposição de resíduos orgânicos. A biomassa vegetal engloba resíduos vindos de atividades agrícolas ou florestais, como a extração de madeira. 

 Quando uma folha cai de uma árvore ...

Qual é o significado ecológico da queda de uma folha de uma árvore? As plantas quando se desenvolvem e crescem, acumulam nutrientes em suas várias partes. Muitos nutrientes absorvidos pelas raízes são alocados para as folhas. Elas se constituem órgãos fundamentais para a sobrevivência da planta uma vez que nelas é que é realizado o processo de fotossíntese. Portanto, muitos nutrientes são direcionados para elas para que o seu funcionamento enzimático possa, a todo vapor, fixar energia oriunda do sol por meio da produção de moléculas orgânicas. As folhas das árvores, antes de caírem, sofrem uma realocação de nutrientes, por exemplo, o nitrogênio. A queda das folhas, formando aquele "tapete de folhas caídas" denominado serapilheira, representa um processo de transferência de nutrientes da vegetação para o solo. Esse processo, basicamente, devolve ao solo, o que foi retirado dele durante o crescimento da planta. Os ecólogos o consideram o processo (fluxo) mais importante de retorno de elementos. Tem-se também outros processos, como, por exemplo, a adição de nutriente via chuva, que também adicionam nutrientes ao solo. 

Portanto, por gentileza, por zelo, por cuidado e respeito à vida:
PAREMOS DE QUEIMAR!!!

Na escola AB onde o GEMA procura desenvolver trabalhos de Educação Ambiental e executa modestas iniciativas de gestão ambiental, a produção de biomassa vegetal é muito grande em virtude do "conjunto florístico". E, em alguns momentos houve o infeliz processo de queima desse material. Tal ação não significava um desrespeito proposital ou ainda descaso mas uma tentativa de dar "vencimento" a quantidade folhas, uma vez que o consumo de sacos  plásticos para armazená-las tembém era muito intenso e financeiramente caro.

Mesmo com essas "justificativas" a queima era indefensável. E, depois de conversas e alguns encaminhamentos parou-se definitivamente a queima dentro da instituição. 

É por isso que temos em um dos pátios internos da escola essa montanha de folhas carregadas de nutrientes... carregadas de vida. Estão sendo recolhidas aos poucos e quem sabe um dia conseguiremos compostá-las todas.
 Henrique Gomes de Lima.
Membro fundador do GEMA.
Professor de Geografia.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

E o Parque Ecológico do Rio Cocó, corre a passos largos para a morte.

Fortaleza, Ceará, Brasil

O Rio Cocó faz parte da bacia dos rios do litoral leste cearense, tendo sua bacia hidrográfica uma área de aproximadamente 485 km², com um comprimento total do rio principal de cerca de 50 km . A preservação do ambiente natural da área de influência do Rio Cocó é de extrema importancia para a qualidade e conforto ambiental da cidade de Fortaleza além de ser berçário de várias espécies de peixes, crustáceos e aves. Proteger e conservar os recursos naturais existentes, mantem o equilíbrio ecológico necessário à preservação da biota terrestre e aquática e propicia condições para atividades de educação, recreação, turismo ecológico e pesquisa científica.

No entanto, com todo esse importancia o Parque do Cocó é de forma recorrente alvo de vários ataques vindo de todos os lados. Além da especulação imobiliária, ocupações desordenadas, destamentos e poluição vem ainda a força devastadora dos incêndios. E é sobre este último que nós divulgamos aqui a reportagem do Jornal OPOVO. É dinha de ser apreciada. Além também de ser triste e revoltante.   

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Incêndio destrói nove hectares no Cocó e é o maior em dois anos

Número de queimadas no Cocó quase dobrou no segundo semestre deste ano. Governo do Estado investiga ações criminosas.
Nove hectares do Parque do Cocó viraram cinzas entre sábado, 10, e domingo, 11. Foi o maior incêndio em área de destruição registrado nos últimos dois anos na floresta. A medição foi concluída ontem pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema). A área destruída é cerca de cinco vezes maior que o trecho de trilhas próximo à avenida Sebastião de Abreu.

A queimada do último fim de semana representa uma das 20 que consumiram partes do parque no segundo semestre deste ano. O número é quase duas vezes maior que o registrado em todo 2015.
Enquanto o governador Camilo Santana (PT) não assina a regulamentação da área, a Sema investiga se os incêndios foram causados por atividades humanas. Para Leonardo Borralho, articulador das unidades de conservação estaduais e coordenador do Programa Estadual de Prevenção, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios (Previna), traçar a área de proteção prevenirá ações criminosas.


Seguindo em direção aos pontos onde ainda emanavam fumaça na manhã de ontem, o técnico indicava fatores que poderiam ter contribuído com a propagação das chamas. Há dois meses, a área onde ele caminhava estava coberta por água. Atualmente, além das rachaduras na terra, só é possível ver esqueletos de peixes e lixo.

Segundo os bombeiros, os incêndios sempre preocupam no segundo semestre. O clima quente e seco no Ceará, somado aos ventos fortes e à vegetação seca, criam o ambiente propício ao fogo. Contudo, para Paulo Lira, administrador do Parque do Cocó, a reincidência das queimadas na reserva causa estranhamento. Desde julho, foram 20 na mata. No ano passado, os primeiros foram registrados em agosto e somaram 11 até o fim do ano.

“Neste ano, quase dobrou. Por quê? Está seco, tem mais calor, capinzal seco, estamos em mais um ano de seca, mas não é só isso. Quase todos eles são criminosos, talvez não dolosos”, apontou Lira. Segundo Borralho, atividades de caça e pesca, além da queima de lixo, são as que mais colocam em risco o Cocó. “Uma suspeita nossa é que tem gente que faz a limpeza do terreno para construir. Fazem para descaracterizar, para perder seu valor ambiental”, disse o coordenador do Previna. Ele explicou que práticas são proibidas, mas ficariam mais restritas com a regulamentação.


Adiado
O projeto de regulamentação do Parque do Cocó aguarda aprovação do governador Camilo Santana. Neste mês, o chefe do executivo estadual adiou novamente a assinatura do documento que cria a poligonal de 1.056 hectares de preservação. A promessa para regulamentar a área, que se arrasta há pelo menos dois governadores, ficou para 2017.

Frase

"UMA SUSPEITA NOSSA É QUE TEM GENTE QUE FAZ A LIMPEZA DO TERRENO PARA CONSTRUIR. FAZEM PARA DESCARACTERIZAR, PARA PERDER SEU VALOR AMBIENTAL"
 
Leonardo Borralho, articulador das unidades de conservação estaduais.

Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2016/12/13/

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Um pouco de Funções Ecológicas.

Este canal de comunicação que utilizamos desde a fundação do Grupo tem como objetivo divulgar as atividades e as ideias de cultivamos. É alimentado pelas produções dos membros tanto do ensino médio quanto dos que estão na universidade. Mas, quando encontramos trabalhos com características didáticas e reflexivas, os reproduzimos.

Dividimos com os senhores e senhoras o trabalho abaixo. É gostoso de ler.
    
A IMPORTÂNCIA DOS SOLOS PARA AS PLANTAS


De acordo com LEPSCH (2002), a pedosfera (a camada mais externa da Terra) funciona como “fundações” ou “alicerces” da vida em ecossistemas terrestres. Plantas clorofiladas necessitam de energia solar, gás carbônico, água e macro e micro nutrientes. Vale dizer que com raras exceções tanto a água como os nutrientes só podem ser fornecidos através do solo, que dessa maneira, funciona como mediador, principalmente de fluxos de água entre a hidrosfera, litosfera, biosfera e atmosfera. Nessa linha de análise, pode-se dizer que o solo também, juntamente com o substrato rochoso, influencia diretamente a água que utilizamos.

Visão antrópica dos solos   solos, que leva à degradação

Como aponta o autor, do solo também pode ser retirado material de construção de estradas, barragens de terra em açudes e casas. Influencia também a qualidade do ar, principalmente quando são levadas poeiras dele à atmosfera, e muitas vezes o solo serve para receber e “processar dejetos, como o lixo das grandes cidades. Em outras palavras, o homem retira constantemente os recursos naturais e o utiliza para demasiadas funções antrópicas, poluindo-o de diversas maneiras. Vale lembrar que além da intensa utilização do solo pelo homem, ele ainda é um meio para decompor o lixo antrópico sem quase nunca haver em retorno, práticas de manejo para recuperação ou conservação do solo, deixando-o, portanto, cada vez mais degradado.

Dando continuação à linha de análise de LEPSCH (2002), em relação às plantas, suas raízes penetram no solo, proporcionando suporte mecânico, e dele extraem água e nutrientes, que, juntamente com oxigênio, gás carbônico, luz e calor, são necessários ao crescimento dos vegetais superiores. Normalmente, entre todos estes fatores ecológicos necessários ao desenvolvimento das plantas, preocupa-se mais em estudar os nutrientes, pois atua como principal meio para sustentar as plantas, que representa a diferença entre sobrevivência ou extinção da maior parte da vida terrestre.

As plantas retiram do solo 15 elementos essenciais à vida. Destes, seis são absorvidos em quantidades relativamente grandes, designados macronutrientes, compreendendo: Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S). Os outros nove, igualmente essenciais, mas usados em quantidades muito pequenas são denominados micronutrientes, que são: Ferro (Fe), Manganês (Ma), Zinco (Zn), Boro (B), Cobre (Co), Cloro (Cl), Níquel (Ni), Cobalto (Co) e Molibdênio (Mo).

Para um adequado crescimento dos vegetais, todos estes elementos têm que estar presentes no solo em quantidades, formas e ambientes adequados. Quando isto ocorre diz-se que o solo é fértil, ou quimicamente rico. Se qualquer um dos quinze elementos estiver ausente, ou presente em proporções inadequadas, ele limitará o crescimento das plantas mesmo que os restantes estejam em quantidades adequadas e haja fornecimento apropriado de gás carbônico, oxigênio, água, luz e calor. A idéia que o crescimento das plantas é controlado pelo nutriente existente em menor quantidade, vem desde os tempos de Justus Von Liebig (1840) e é conhecida como a “lei do mínimo” (LEPSCH, 2002).
A importância dessa lei para as pesquisas relacionadas com o uso de fertilizantes minerais na agricultura é bastante grande, e a habilidade de um solo em suprir de nutrientes ou reagir à adição de determinado fertilizante às plantas tem merecido maiores estudos, que qualquer outro aspecto da ciência do solo (LEPSCH, 2002).

Como observa o autor, a maior parte dos nutrientes existentes no solo origina-se nos minerais que constituem as rochas da camada da crosta terrestre conhecida como litosfera. As rochas não são capazes de suportar plantas superiores porque, por serem consolidadas, não armazenam água e oferecem impedimento físico à penetração das raízes. Além disso, os elementos nutritivos nelas contidos não podem ser absorvidos pelas plantas porque encontram-se firmemente retidos na estrutura cristalina de seus minerais. Para que as raízes possam penetrar e os nutrientes possam ser desprendidos dos minerais e depois absorvidos pelas raízes, a natureza desencadeia um processo denominado intemperismo (LEPSCH, 2002).

“Lei do Mínimo” de Liebig

“Lei do Mínimo” de Liebig: O máximo de produção depende do fator de crescimento que se encontra à disposição da planta em menor quantidade. Como se observa no barril acima, a aduela mais baixa impede a elevação da altura da água, da mesma forma que uma deficiência de potássio no solo impede o aumento de uma colheita na lavoura (LEPSCH, 2002).
Mariana Lorenzo
Referência Bibliográfica:
– LEPSCH, Igo F. Formação e Conservação Dos Solos. Ofina de Textos. São Paulo. 2002.

In:  https://marianaplorenzo.com/2010/10/25/pedologia-funcoes-ecologicas/

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Depois de 08 anos e ainda tentando construir Educação Ambiental

Depois de 03 anos sem atividades didáticas e de pesquisa em virtude dos membros internos na instituição AB terem diminuído em quantidade, o LABOEM - Laboratório de Estudos do Meio fundado em 2008 volta a desenvolver mesmo que timidamente, atividades experimentação e observação.

Temos nas imagens abaixo uma pequena plantação de feijão e de milho. O objetivo é um só: conhecer um pé de comida.
 
 

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Do Sul do Ceará ao Sul do ''BraZil"




Em agosto e setembro pude conhecer mesmo que de forma tímida algumas cidades do nosso Brasil, foram elas: Salvador – BA, Belo Horizonte – MG, e Crato – CE.  O que elas têm em comum?


Cidades de Juazeiro do Norte e Crato - C E
Crato uma cidade que fica na região sul do estado, lá ocorreu o 24º Encontro Estadual de Estudantes do Ceará – EEEGE onde discutimos uma questão que vai muito além dos muros da universidade e pisa no calo na ferida de muitos estudantes do curso, a questão do produtivismo acadêmicos onde muitos só pensam em produzir e produzir pra ter um Lattes bom e vasto, não nego que a produção acadêmica é importante para o indivíduo e pra sociedade, mas não é assim que meu colegas veem, nessa ânsia de produzir cada vez mais, acabam esquecendo levar essa produções pra sociedade, ora! Bastante lógico né não? Produz conhecimento pra ser compartilhado e logo depois melhorar a vida da sociedade e/ou comunidade que esta pesquisando. O que vejo é muitos dos meus colegas, isso não só na geografia, que usam as comunidades como laboratório, que só servem pra sua pesquisa, vai lá pesquisa e depois adeus. E outro fator é de nossos professores e estudantes dizendo: “Encontro de Estudantes não é nada, não é aula, não vale apena”. Mal sabem eles que existe muito mais entre o Movimento estudantil e a Academia do que um simples “artigo”. E o que falar da cidade do Crato? Cidade boa com gente boa e subidas nada “boas”, que ao passar do tempo vem sofrendo com as mazelas, será esse o preço que se paga pela urbanização da cidade?


Salvador, que tem em seu slogan: A primeira capital do Brasil, a capital que mais ao sul dentre todas as capitais no Nordeste. La ocorreu o 5º Encontro de Negros e Negras das UNE – ENUNE e foi sediado na Universidade Federal da Bahia – UFBA. Logo na entrada da cidade me deparo com os morros, todos eles ocupados, um choque pra mim já que minha visão e periferia e da cidade de Fortaleza onde a favelização se da mais de uma forma horizontal, o contraste urbano na capital Baiana é forte, prédios altos rodeados por casa simples, contraste entre os morros e os prédios, entre o estádio da Fonte Nova e ao fundo a periferia, sem falar do fluxo de pessoas capital e mercadorias que é intenso. E claro mesmo com suas belezas, seu povo acolhedor a cidade não se isenta das desigualdades sociais e violência. Uma observação sobre a UFBA, ela assim como a UECE está rodeada pela periferia, de um lado a periferia do outro um grande centro de eventos e um Hotel “5 estrelas”. Sobre  o ENUNE, o evento foi bastante rico, ora, juntar mais de 2 mil jovens negros de todo o Pais causa um fator de representatividade, e fator político na cidade.


Já estou do Sudeste do Pais, duros 2 dias de viagem passado pelo sertão nordeste Ceará, Pernambuco, Paraíba, Bahia e claro não tem como não ficar abismado com a beleza e imponência do Rio São Francisco, na chegada a Minas é notável a forte presença do rico poder do capitalismo no Estado. Belo horizonte diferente das cidades Nordestinas que tive o prazer de conhecer, seu povo é mais frio, (não sei se é por conta do clima que nas noites chegou a fazer 14º) mais centrados nas coisas que fazem, não pude conhecer muito a cidade já que estava meio ocupado como evento, a parte que pude conhecer da cidade foi a famosa Lagoa da Pampulha (lagoa pra pobre ver, e burguês usar) que não vi nada de mais, e na boa prefiro a lagoa de Messejana. Mas o que falar sobre “Beagá”? 3º Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude, na atual conjuntura que o Brasil se encontra reunir 7 mil jovens é complicado e perigoso, mas tudo deu certo. Teve cultura, política, Lula, Letícia Sabbatela, Panteras Negras, Mc Carol, teve mulher, Gay, negro, negra, índio, teve o campo e a cidade tudo gritando em alto e bom som: FORA TEMER!. E o que vou lembrar de “Beagá”? A praça da estação sendo tomada por 10 mil pessoas.
Praça da Estação - Belo Horizonte - MG


E o que as cidades de Salvador, Crato e Belo Horizonte tem de comum?

“Beagá” e Salvador já são metrópoles consolidadas, a desigualdade social e os diversos tipos de violência estão a cada esquina. Crato por menor que seja já vem apresentado as mesmas características. E claro todas essas cidades o grito FORA TEMER é mais forte do que o fora Dilma.

Cada cidade que visito, tenho cada vez mais a certeza que: NÃO TROCO MINHA FORTALEZA POR NENHUMA OUTRA CIDADE.


Diego Costa Lima
Graduando em Geografia – UECE
Membro do GEMA  desde 2009

domingo, 18 de setembro de 2016

Ciclo dos Saberes: Vida e Morte do Centro - Praça General Tibúrcio



Um dia um tanto quanto memorável. Memorável, não! Terapêutico.
Diante desse vasto universo de meu Deus, em meio a encontros e muitos desencontros, descompassos, inconstâncias, pressas... Ainda há tempo para sentir. E muito mais que isso, aprender.
Eu, breve ser, matéria orgânica, sou alvo de bombardeios culturais e históricos de diversos lugares do mundo e hoje não poderia ter sido diferente!
Mesmo sendo conterrânea, não sabia dos feitos e efeitos da cidade de Fortaleza. Cidade essa ao qual tive a oportunidade de nascer e a honra de ser criada boa parte de minha existência nesse lugar repleto de vida. Falando em vida, descobri que a história faz parte de cada ser habitante do globo em que estamos, seja ele o mais bem sucedido humano da academia de algum curso renomado de algum país, ou seja ele o entregador de leite na porta da casa da sua avó nos anos 80. Ambos contém história. Agora, relevantes ou não, depende. Pra quem?
Em uma bela tarde aprendi muito sobre geografia, português, matemática, história, política, ditados populares e humanidade. Assuntos esses um tanto quanto importantes nos dias 5, 6 e 13 de novembro. Quando acorreram as provas do ENEM e da UECE, respectivamente. Assuntos esses que jamais poderia ter visto em sala de aula com a mesma sensação de contemplar monumentos feitos há tempos onde eu não era nem mesmo um embrião. Mais uma vez o mundo me mostra que se aprende fora de um cubículo. E que isso é incrível.
Conheci um pouco da história de minha cidade. Não sabia que havia tanta vida aqui. Vida essa que vem sendo morta por governos, prefeituras, cidadãos, por mim e por você pois, quando nos negamos ao menos a conhecer a história do lugar em que estamos, nos negamos sentí-lo. Consequentemente, o matamos. Já que em cima do que não sabemos, iremos construir uma outra vida sem base alguma na anterior. Ao fazermos isso, rompemos o ciclo da história e acabamos com milhares de anos num tocar de pálpebras. Ao conhecermos os porquês das coisas serem como conhecemos hoje, nos faz respeitar a vida, e mais ainda, honrar a morte.
Poder pisar em mais de 300 anos de vida que passou me fez sentir vivida. Pude ver dias que nem presenciei mas que ao sonhar com esses dias os vi incríveis e memoráveis. Eu assisti ao derramamento de sangue de preto por uma rua extensa.

Eu vi preto construindo igreja
Vi o padre dessa mesma igreja fechando as portas
Vi o poder executivo trabalhando
Vi o judiciário batendo ponto
Vi a sociedade eurocêntrica passeando
Vi bondinhos
Vi monumentos
Vi prédios que nem existem mais
Pude conhecer Rachel de Queiroz
Conheci general, coronéis, oligarquias poderosíssimas da época.
Assisti a apresentação da banda da cidade

Fizemos uma leitura em um coreto onde nossa plateia foram as árvores, onde esse mesmo coreto já serviu de banheiro público para aqueles que não tinham nem onde descansar a cabeça
Eu conheci a alta sociedade ao mesmo tem que via um homem livre sorrindo por está livre.
Eu estava lá, pessoalmente! Não na mesma época, mas no mesmo lugar.
Sentei no banco de uma praça onde moçoilas esperavam o teatro, belíssimo, abrir as portas para assistir aos espetáculos. Ao mesmo tempo, neste mesmo banco, um homem descansava seu corpo, por não ter uma cama para chamar de sua.
Eu vi a Cracolândia vida onde já foi um prostíbulo.
A feira do livro acontecendo enquanto leis eram decretadas no casarão ao lado.
Vi duas meninas brincando e pulando em cima das cinzas do general Tibúrcio. Vi a chegada de monumentos vindo de Paris para compôr a história dessa cidade.
Eu vi a pátria prestando honra a um homem, enquanto no barzinho do lado um outro homem cantava Pink Floyd questionando o sistema educacional.
Eu pude viver 300 anos em 3 horas.

Texto: Luana Albuquerque, membro do GEMA desde 2014.
10 de setembro de 2016 d. C
Humanos presentes: Fernando Marques; Henrique Gomes; Luana Albuquerque

terça-feira, 22 de março de 2016

Hoje “comemora-se” o Dia Mundial da água. Mas e ai? O que isso significa?


Existem coisas na vida que são certas de acontecerem, uma delas é o seguinte fato: no seu sexto ano do ensino fundamental e no primeiro do ensino médio, seu professor de geografia, ciências, química ou até mesmo de outra matéria, já te perguntou a importância da água para o planeta e em que usamos ela no dia a dia. Então, as respostas que você e seus colegas deram, foram as mais corretas possíveis, até por que não há muito o que errar: beber, tomar banho, fazer comida e por aí vai. Nessa mesma aula, seu professor ou professora pode ter perguntado ainda onde podemos encontrar água e você sabiamente também já sabia: nos mares, nos rios, na geladeira, no ar. E aí vocês também falaram sobre como é importante não usar agua de forma desordenada pois a água é um recurso que um dia, não muito distante, pode se esgotar.

Mas aí eu pergunto: mesmo sabendo de tudo isso e da importância desse componente para o planeta todo, por que a água ainda é um problema tão grande quando se fala em desperdício? Por que tantas cidades brasileiras (sem se falar em âmbito mundial) sofrem com problemas de abastecimento e nessas mesmas cidades, existem pessoas desperdiçam água nas atitudes mais simples do dia a dia? A lição da sala de aula não serviu? A importância que nós citamos à água na sala de aula não é verdadeira? Quando ela será importante? 

Ainda somos o povo que muito fala, que muito compartilha imagens, vídeos e textos (como este) nas redes sociais e pouco faz, pouco põe em prática. Se não pomos em prática, para que a comemoração nas redes sócias? Pensemos. 

Evelyne Lima
Membro do G.E.M.A
Graduanda em Geografia UFC

domingo, 20 de março de 2016

Brasil 2016 - Aos professores e professoras.

13 de março protestos e mais “protestos”; um lado em prol do governo e outro querendo a sua queda; sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) sendo atacada; um sindicato sendo invadido, sim invadido, por policiais, a mídia tomando posição, principalmente uma emissora em particular cujo a denominação não vale apena ser mencionada. Lembra-te de algum fato na História recente já ocorrido em nosso país? Lembra de 1964 onde a sede da UNE foi também atacada e onde sindicatos foram invadidos, a mesma mídia tomando a mesma posição, enfim.

O mundo gira tudo acontece e a história quer se repedir. Me pergunto: será que nas escolas e nas universidades esses assuntos estão sendo discutidos? Vejo Meninos e meninas de 14 15 anos defendendo a ditadura militar, praticando a homofobia, machismo, racismo e outras mazelas da sociedade, esses mesmos crias do século XXI, onde o misto de informações está ai com um simples “click” abre-se as portas do “conhecimento”.

E a figura do professor? Cadê? Onde estão? Quem são? Estão formando professores na academia? E os que estão em serviço, cadê? Será que estamos preparados para esse novo perfil de aluno, que questionam cada palavra que dizemos. “professor o deputado A ou B disse algo ao contrário de você” ou “ professor eu vi no Google...”

Enfim, “ o mundo é uma coisa, e nós estamos dentro dessa coisa” não da pra dar aula sem falar da realidade, não podemos calar os estudantes, temos que ouvir e ensiná-los de um modo holístico, vamos ficar atentos as mudanças desse perfil dos alunos (crias do Século XXI)  da educação básica.
E a  academia, berço do conhecimento, graduandos (as) mestres e doutores estão acompanhado a mudança ou ainda estão na mesma de publicar e (re) publicar, pra encher seu lattes? Futuro professor, na sala de aula seu lattes e nada são a mesma coisa.

Diego Costa
Membro do GEMA

Graduando em Geografia - UECE

segunda-feira, 7 de março de 2016

O ser mulher!

O que é ser mulher é ser frágil, depender de outro ser por não ter capacidade teoricamente para nada! Pode soar forte, mas, ainda há tantos que pensam que mulher não serve para nada além de dar
cria e cuidar da casa, nada contra as mulheres que fazem somente isso se as deixarem realizadas não vejo problema. 

Mas para aqueles que pensam pejorativamente que mulher é algo sem importância que não consegue nada mais do que já aqui foi citado, sinto lhe decepcionar, pois, nós, e eu digo “nós” por que é uma mulher que vos fala neste momento, pode muito e sempre pode fazer o que ela quisesse seja o que for, somos fortes nada frágil e quando nos desmanchamos em prantos é porque o golpe acumulado bateu a ultima vez mais forte.

 O ser mulher é ser mulher é conseguir sair de um relacionamento abusivo com a cabeça erguida, o ser mulher é ter a coragem de se expor logo após de um assedio seja ele qual for, o ser mulher é conseguir ir em frente e com louvor tendo que cuidar e sustentar sozinha suas crias, o ser mulher é compreender que é bom ter companhia, mas que não dependemos exclusivamente de alguém para alcançar nossos objetivos, que somos fortes, trabalhadoras, independentes, mulher! Mãe! Filha! Tias! Avós! E unidas! Pela força que nos segue desde a primeira respiração, por isso minhas irmãs, lhe falo com certa intimidade, pois é assim que vejo todas as mulheres, se ainda não sabe destas qualidades que não são todas nem mesmo um terço delas, tente se lembrar nesta data de 8  de março, como você é alguém importante e passe a lembrar todos os dias pelo resto de sua vida e verá que nossa força reside em você, e que nós mulheres  somos mais que sexo frágil.

Gislane Santos
Membro do G.E.M.A
Graduanda em Geografia UFC